quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

IPCA - Qual é sua repercussão prática?

Li uma notícia no Valor Econômico Online, relatando que o IPCA marcou 0,83% em janeiro deste ano.  Foi o valor mais alto desde abril de 2005, quando o IPCA registrou 0,87%. Em janeiro do ano passado, o índice marcava 0,75%.

Mas o que isso quer dizer, e que reflexos pode trazer ao nosso cotidiano?

O IPCA é um índice do IBGE, que mede, basicamente, a inflação sob a ótica do consumidor. Mede, portanto, a variação nos preços de alimentos e bebidas, transportes e comunicação, despesas pessoais, vestuário, habitação, saúde e cuidados pessoais e artigos de residência.

É importante observar o IPCA em sua representação acumulada no ano, tendo em vista que varia muito ao longo dos meses. Por exemplo, em janeiro foi 0,83%. Em fevereiro, pode ser 0,45%. Já em junho, pode ser 0,00%. Inclusive, em junho do ano passado o IPCA foi 0,00%.

Em 2010, o índice anual foi de 5,9%. 
2009, 4,31%.
2005, 5,69%.
2004, 7,6%.

O interessante é que o IPCA é uma referência do poder de compra do dinheiro. Nesse sentido, qualquer aplicação que renda, anualmente, menos que o IPCA daquele mesmo ano, não gerou ganho de capital. Ao contrário, tem-se perda de capital, tendo em vista que a aplicação não foi capaz sequer de se igualar à inflação, gerando perda do poder de compra do capital aplicado.

Surge aqui o conceito de "rendimento real", que pode ser obtido subtraíndo-se a taxa de "rendimento nominal" do IPCA. O rendimento real representa efetivamente o quanto de ganho houve na aplicação.
Exemplos:
Normalmente, a poupança costuma refletir o IPCA. Logo, o rendimento real será zero. A poupança apenas garante o poder de compra do dinheiro nela investido. Não se perde, nem se ganha.
Fundo de renda fixa com remuneração de 9% a.a.: proporcionará rendimento real em 2010 de 9% - 5,9% = 3,1%.

Importante destacar que o IPCA deste ano é esperado em um percentual um pouco mais alto do que os últimos. Isto é, a inflação estará um pouquinho (pelo menos, assim esperamos) maior que a dos últimos anos.

Quais são as sugestões?

É preciso ficar atento às opções de investimento, a fim de identificar seu rendimento real. Para isso, vale considerar no momento das aplicações neste ano a provável leve alta do IPCA, visando avaliar se o investimento realmente vale a pena.

Outro caminho é escolher opções de investimento que sejam corrigidas pelo IPCA. Desta forma, o poder de compra estará garantido. Nesse sentido, dentro das opções dos bons e velhos títulos do tesouro nacional, temos o NTB-Principal, que oferece o rendimento do IPCA somado a uma taxa pactuada pré-fixada (algo em torno de 6,3%). Como o título é corrigido pelo IPCA, toda a taxa contratada representa rendimento real.

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